(À figueira da Pr. VII de Setembro – Rio Claro)
Velha figueira de um jardim antigo,
A ti dirijo minha voz sem cor,
Como se fosses um sincero amigo
Que me escutasse com devido ardor.
Conheces o prazer e o dissabor
Dos muitos corações que foste abrigo
E a derradeira glória, ou mesmo dor,
Quero vivê-la, mas viver contigo...
Viste-me pequeno e, num momento,
Tornar-me um homem, trabalhar e amar
E me verás passar na voz do vento;
Mas tu hás de ficar, assim constante,
Vendo os homens que passam, sem cessar,
Na sua vida avara de um instante...