FINADOS



Sinos tristonhos badalando além,
Ar desditoso no chorar do dia,
Homens e damas que se vão e vêm
Com olhos turvos de melancolia;

Vasos de flores sobre as sepulturas
Falam saudade que ficou de alguém...
Vivos que sofrem pelas amarguras,
Mortos que vagam, mas não são ninguém.

Em cada campa se aconchega um ser
Que já não crê no sonho e no viver
E vê, por tudo, mágoa e solidão.

São pais e filhos, são irmãos e netos,
Que já não vivem com os bons afetos,
Que já não vivem com o coração...