(À memória do amigo Alberto Picarelli)
Por que será que a mocidade morre,
Quando é a luz da natureza viva,
Quando palpita na ilusão e aviva
A chuva de emoções que dela escorre?
Quando se troca uma paixão esquiva
Por lindo sonho que ao descrer socorre
E quando ao beijo do prazer se corre
Para afogar a solidão nociva?
É triste ver partir na flor da idade
Alguém que deixa as mágoas da saudade
Que não se pode amá-las, nem descrê-las.
Só nos consola saber que a mocidade,
Mesmo morta, não morre de verdade,
Como não morre o sol nem as estrelas!