SAUDADE SERTANEJA



Enquanto ao longe, numa voz de choro,
Os sinos tangem a saudar Maria,
O sol descamba pela tarde fria
E tudo tem encanto e tem tesouro.

A passarada, na palmeira esguia,
Canta festiva numa voz em coro
E pelos campos, em feliz namoro,
As borboletas dão mais cor ao dia.

Vai o ribeiro a deslizas moroso
Beijando a terra que lhe faz o leito
Por entre as pedras do sertão formoso...

E a caipirinha no paterno lar,
Suspiro erguendo do moreno peito,
Pousa na estrada o seu profundo olhar...