A UMA SENHORA



Relembras contristada a mocidade,
Ninho da graça e da beleza o abrigo,
E num toque sublime de saudade
Suspiras pelo adeus de cada amigo.

Eles te deram provas de amizade
E creste que os terias ‘té o jazigo,
Mas viste que era tudo falsidade
E que um somente envelheceu contigo.

Hoje beijando a fronte encanecida
Daquele ser que se acabou sorrindo
Sabes que nele tens a glória infinda,

Pois ele te adorou por toda a vida...
Deu-te amor, o mais puro e bom e lindo,
Apoteose de luz que não se finda!