À...



És pequenina, solitária e calma,
És como o verso, a nobre luz que estudo,
Mas tens bondade, tens o amor que é palma,
E tens tristeza num contraste mudo.

Sobre teu ser tão infeliz se espalma
Da desventura o deprimente escudo;
Ninguém compreende que também tens alma,
Pois se o fizessem já terias tudo.

Ai que me dera, pequenina fada,
Que eu reformasse o mundo que te enlaça
E onde tu vives sempre torturada.

Ai quem me dera, pois dos meus carinhos
Viverias feliz, envolta em graça,
Sob o sol que eu poria em teus caminhos.