Talvez haja uma bomba,
uma explosão,
depois ossos calcinados
(caso restem ossos)
das tumbas se elevarão,
na acalentada ilusão
de um mundo melhor.
Não haverá nem dor nem pranto,
mágoa ou encanto,
somente a vida melhor...
Melhor que o quê?
E nós sonhamos talvez
no mesmo puritanismo
do antigo “era uma vez”...
No fundo nós bem sabemos
que nova história
toma forma, cresce, expande,
no nosso peito sem gloria,
numa esperança amarela...
É uma história para gente grande,
pois as crianças já não crêem nela!
