A UMA MENINA DE DEZ ANOS



Criança, no raiar de mais um ano,
Quando tudo em perfume se transforma,
Não pensas nunca no vulcão humano
Que o sentimento angélico deforma.

No mundo em que palpitas sem engano,
Em que nas bênçãos o viver se forma,
Deves sorrir, brincar sem sol profano,
Pois se isto perdes, nada te conforma.

E assim tu pulses, inocente e linda,
Vibrando ao som de melodia infinda
Talvez nascida de um divino banjo.

Portanto, minha flor, lírio de esperança,
Leva o batel da glória – que és criança!
Busca o porvir de vida – que és um anjo!