RECORDANDO UMA NOITE


Vieste de lá
e eu fui daqui;
encontramo-nos ali,
na beira da piscina
numa noite fria
que refletia na água
luzes esguias...
Ao longe uma canção dolente
Na voz de uma italiana ardente
dizia tristemente:
- “Dio, come ti amo!”

Estavas de vermelho
e de cabelos presos,
vestida para mim
que quis te ver assim...
Eu me senti menino
e te sentia flor
e o velho mundo era “nós”...
Esqueci-me do Destino,
matreiro e enganador
que é, como disse alguém,
mestre em dar nós...

A noite era tão nossa,
ou melhor, tão minha,
que esqueci que já passei
e, sorvendo o teu encanto,
ó, meu Deus, como te amei!