Do meu pomar vou colhendo
os frutos do pensamento:
poemas que se formaram,
sem esforço e sem cessar,
como homenagens a eventos
de minha vida no tempo...
E tudo marcha constante
no tempo que vai e volta,
com primaveras e outonos,
Natais, verões, carnavais...
Mas a vida que se esvai
essa não volta no tempo,
pelo menos esta vida
que se vai celeremente...
No pomar que cultivei
vejo os pomos que cresceram
entre sementes perdidas;
foram regadas com pranto
ou a luz de cada olhar
(sol e chuva que pensei
ser minha forma de amar).
No pomar de meu ocaso,
em cada fruto maduro
há um germe de esperança
desejando florescer
em qualquer tempo futuro!