Coração... Timoneiro que não cansa
De dar à nau da vida um rumo certo;
Que sempre alegre brinca, se criança,
Enquanto tudo é riso e nada incerto;
Seresteiro que canta ao céu deserto
Enquanto a mocidade em crenças dança;
Refúgio sempre amigo e sempre aberto
À vida austera que não tem esp’rança.
Coração... Fonte lacrimal oculta
Onde, por vezes, a tristeza avulta,
Onde, por vezes, há descrença e dor,
Mas que, enquanto existir um canto ardente,
Há de ser coração a toda gente
E o ninho celestial de um grande amor...