CORAÇÃO DISFORME



Relembro um flamboyant garboso e enorme
Em cuja sombra namorei alguém
E não pude deixar de ver-me além,
Sendo do mundo o mais feliz amigo.

Gravei então, num coração disforme,
No tronco forte, desse alguém o nome,
Mas o Destino os ideais consome
E a minha amada carregou consigo.

Hoje inda existe, colossal, velhinho,
Aquele flamboyant dos tempos idos,
Em cuja sombra o meu passado dorme...

Mas eu suspiro ao recordar sozinho
Que, resguardando o grande amor perdido,
Pulsa em seu tronco o coração disforme...