O TUBERCULOSO



Num quarto escuro de uma casa pobre
Sofre um rapaz em incessante dor;
Verte seu sangue sobre um cobertor,
Único abrigo que seu corpo cobre.

Não tem filhinhos, nunca teve amor,
E assim é grato, pois enfim descobre
Que está melhor, no seu martírio nobre,
Sem ser chorado, sem nenhum clamor.

Sem ser chorado? Sem querer menti;
Aos pés da cama uma velhinha chora
E reza e sofre e o beija enternecida.

É mãe, não teme, até deseja a si
O negro mal que, tão cruel, devora
O filho caro que se vai da vida...