O NOSSO SONETO


Quando no tempo, querida,
A musa não me inspirar
E quando fugir a vida
Do meu festivo cantar,

Este soneto que olvida
O sofrimento e o chorar,
Será nossa nau perdida
Nas vagas do nosso mar.

Nós dois, então, bem velhinhos,
Reveremos os caminhos
Que cruzamos com paixão.

Este soneto inspirado
Será qual credo sagrado
Da igreja do coração.