NO TREM



És linda, minha amiga, até o luar
É tão escuro ante o fulgor teu! Deus
Inspirou em ti a divina arte! O mar
É tão mesquinho ante os olhares teus!

Linda amiga, não sabes que desejo
Que o nosso encontro se tornasse eterno,
Pois dir-me-ias: - “Teu será meu beijo!
Serei calor para o futuro inverno!”

Mas não, não posso tanto desejar,
Que dentro em pouco te vou eu deixar,
Talvez jamais, jamais nos encontraremos...

Será? Talvez... mas nosso amor, querida,
Nascido e morto na mesma despedida
Há de deixar um pouco de nós mesmos!