Minha terra sem palmeiras,
sem canto de sabiá,
sem poetas, sem olores,
sem magníficas flores,
sem meu amor que será?
Tem ela, em lugar de várzeas,
aquele alto-falante
gritando sambas no ar,
como se o samba encerrasse
o doce afeto que nasce
para o meu peito cantar...
Mas embora pequenina,
com sombra de solidão,
sem palmeiras, sem beleza,
como se o mundo ao fazê-la
sofresse desolação,
mais prazer encontro eu lá,
porque gosto do vazio
que dança na natureza
de toda sua dureza,
de todo seu triste estio...