À POLUIÇÃO


 

Falam de ti com veemência

e eu te odeio sem quartel,

pois jogas tua indecência

fazendo o mundo cruel

e da vida uma excrescência...


 

Matas as árvores verdes

tornando-as negras ou pardas,

como cobertas de sardas...

Matas as aves despidas,

que já foram coloridas

antes da tua passagem

e que ficaram sem canto,

sem beleza e sem imagem.


 

Matas os rios e os peixes

e os mares matas também;

até mesmo as criancinhas,

que são frágeis e sozinhas

neste orbe desumano...

E vais poluindo tudo,

enegrecendo os caminhos,

trazendo doenças novas

para com corpos tombados

poluíres muitas covas...


 

Veementemente te odeio,

maldita poluição!

Muito mais porque este ódio,

que me fazes despertar,

poluiu-me o coração!