EU ME CONDENO



Eu me condeno pela vil fraqueza
Da qual sorris, tenho certeza disto,
Eu me condeno pela correnteza
Que do rio do viver deixou-me isto:

Esta incerteza má, esta crueza,
Que não sei se por todos sou bem visto;
Por ser escravo desta atroz beleza
Que vejo e sonho sem saber se existo.

Eu me condeno pelos meus desejos,
Por te pedir, em febre, ardentes beijos,
Que tu me negas sem nenhum encanto.

Eu me condeno por contigo estar
Quando fugir queria, sem te olhar...
Eu me condeno por querer-te tanto!