CANTAS



Cantas e as lúcidas canções que cantas
Enchem-me a fantasia revivida
Que afaga sempre... e com a voz encantas
Numa canção de amor despercebida.

Cantas... e do jasmim à margarida,
Do astro às nuvens e do sol às plantas,
Cala-se toda voz, acaso erguida,
Porque com teu cantar o mal espantas.

A primavera surge, se tu cantas,
Fazendo despontar manhã radiosa
De toda noite triste, às vezes tantas...

Tudo em teu canto avulta da bondade
Porque traduzes, nesta voz maviosa,
A divinal canção da mocidade!