AQUELA JOVEM



Aquela jovem que partiu um dia,
Desprezando o querer que lhe votava,
Hoje passa por mim, serena e fria,
Ao lado de outro amor que procurava.

Aquela jovem que sorri não via
Que acima da minh’alma ela pulsava
E em breve, muito breve, se esquecia
Do pobre coração que lhe ofertava.

Agora a jovem sofre e não reclama
E seu sorriso é falso e passageiro
Na agonia cruel de quem não ama

E o seu peito, que oculta o fingimento,
Faz-lhe brotar no riso o desespero
Do pranto amargo do arrependimento.