Sombra formosa, na passada vida
Eu vi teu rosto, juvenil e lindo,
Repondo a graça que julguei perdida
E sendo os passos que me vi seguindo...
Mas foi tão pouco o teu amor por mim,
Tão impiedoso teu fatal adeus,
Que não acreditei tiverem fim
As ilusões daqueles dias meus.
Tu foste como a breve primavera,
Que faz brotar beleza em cada espera
E que, tão breve, novamente finda...
Também chegaste num momento amigo,
Mas minh’alma perdeu-te e, por castigo,
Fica esperando que regresses inda...